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Como numa montanha encontramos fosseis marinhos?


Se analisarmos diferentes épocas da história da Terra, quase todos os lugares do mundo já estiveram cobertos por água. E o que faz com que isso aconteça são os ciclos da natureza, que agem sobre o planeta continuamente há 5,6 bilhões de anos. Um dos processos que integram esses ciclos é a movimentação vertical ou horizontal das placas tectônicas. Esses movimentos são responsáveis pela formação de montanhas rochosas - como as do Himalaia e dos Andes -, pela separação dos continentes - como a África da América do Sul - e pelo avanço do mar sobre áreas emersas. Graças à movimentação tectônica, hoje é possível encontrar fósseis marinhos a 4 mil metros de altitude ou até mesmo no meio da floresta Amazônica. Isso não significa que o nível do mar já foi 4 mil metros maior que o atual. Na verdade, as rochas que agora estão no alto das cadeias montanhosas estiveram sob o mar há milhares de anos e, por causa da dinâmica das placas, foram soerguidas e viraram montanhas. Outra causa natural que pode fazer com que um oceano invada uma área continental é a variação no nível do mar, que ocorre principalmente por formação e derretimento de geleiras. "Vários ciclos de avanço e recuo de geleiras, e conseqüentes variações no nível dos oceanos, aconteceram nos últimos 2 milhões de anos", afirma o geólogo Renato Paes de Almeida, da USP. Esses processos podem levar mais água para os oceanos, aumentando o nível do mar, ou solidificar grandes porções de água, fazendo com que seu nível diminua no mundo todo.


BACIA AMAZÔNICA
Como uma parte da Amazônia afundou e depois virou uma bacia sedimentar
1. Enquanto algumas placas se movimentam horizontalmente, outras sobem ou descem, variando centímetros a cada mil anos. Há mais de 300 milhões de anos, o supercontinente Gondwana, formado pelas atuais América do Sul e África, sofreu pressões das placas vizinhas e começou a afundar
2. Esse processo gerou uma depressão no meio do continente, que com o passar dos anos foi ficando cada vez mais baixa em relação ao mar. Isso facilitou a entrada de água ali. E, quanto mais a placa afundava, mais sedimentos se acumulavam no fundo
3. O depósito de sedimentos ao longo de milhares de anos forma uma bacia sedimentar. No caso da placa Gondwana, há cerca de 100 milhões de anos, houve uma mudança de forças nas laterais que a fez parar de descer e começar a subir. A sedimentação continuou e a bacia amazônica saiu debaixo d’água